Estudos mostram que mulheres ainda têm muitos desafios para ganhar seu lugar na construção

Estudos mostram que mulheres ainda têm muitos desafios para ganhar seu lugar na construção

Até alguns anos atrás, as mulheres na construção ainda eram uma exceção e, embora hoje seja mais comum encontrá-las na engenharia, arquitetura e até trabalhando como pedreiras no canteiro de obras, várias barreiras sociais e culturais ainda permanecem.

Neste artigo, você irá descobrir qual é a situação atual, como as empresas podem se beneficiar de mais mulheres na indústria da construção e que medidas podem tomar para que a inclusão realmente aconteça.

Mulheres na construção – números atuais e tendências

A proporção de mulheres na indústria da construção sempre foi desigual e a tendência é de mudança, mas não a curto prazo.

As diferenças já começam na formação acadêmica. No Brasil, apesar das mulheres serem a maioria no ensino superior, elas correspondem a apenas 20% nos cursos de engenharia, se separamos a engenharia civil, o cenário é um pouco melhor, mas não chegam a 30%.

Apensar da entrada no mercado ser desafiadora, porque as empresas muitas vezes preferem homens, porque o trabalho é mais “pesado”, as vantagens da entrada de mulheres na construção não se limitam apenas a empresas jovens e modernas, mas também estabelecidas e clássicas:

• Mulheres costumam ter mais jogo de cintura, algo essencial para lidar com profissionais no canteiro de obras, onde existem inúmeros possíveis problemas.

•Geralmente são mais detalhistas e geram menos retrabalho.

•Estudos atuais mostram que as forças de trabalho mistas têm um melhor ambiente de trabalho. Os funcionários trabalham de forma mais eficaz, mais inovadora e mais motivada.

•Mulheres costumam ter mais qualificações que os homens. Em geral, as mulheres estudam 8.1 anos, enquanto os homens passam 7.9 anos estudando.

Quais são os obstáculos em 2023?

Enquanto a proporção de mulheres nos principais ofícios da construção vai ficando mais equilibrada, os desafios que as mulheres enfrentam são imensos:

•O nível salarial na indústria da construção ainda é cerca de 14% abaixo do nível salarial dos homens com a mesma experiência e nível de educação.

• A construção civil é considerada um domínio masculino, porque o trabalho é “sujo” e “bruto”, prevalecendo o estereótipo de que as mulheres são muito “frágeis” para um canteiro de obras, por terem um biotipo menor.

• Cargos como gerente de construção ainda são considerados em muitos lugares incompatíveis com funcionárias mulheres, porque parte das empresas acreditam que uma mulher não seria respeitada por tantos homens, especialmente em um espaço que é dominado por anos há séculos.

O que as empresas devem fazer para atrair talentos femininos?

Como falamos no início do texto, ter mulheres nas equipes de construção pode ser algo muito benéfico, porém existe o outro lado, que é o de atrai-las para um cenário tão desafiador. Muitas vezes, a sociedade de maneira geral acredita que as mulheres são melhores em humanas, o que nem sempre é verdade. Às vezes, as próprias famílias desencorajam jovens que querem cursar engenharia por receio de que não haja espaço para elas no mercado de trabalho.

Por isso, cabe às empresas mostrarem que podem existe este espaço para as mulheres trabalharem, que são ambientes onde são respeitadas e reconhecidas. Levantamos algumas ações que tornam a inclusão mais leve:

•As empresas devem equilibrar as necessidades dos projetos de construção com as demandas da força de trabalho. Criação de simplificações cotidianas como auxílio creche ou parcerias com escolas próximas podem ajudar.

•Criar campanhas em redes sociais mostrando mulheres de sucesso dentro das empresas motiva as funcionárias e passa a mensagem de que a empresa valoriza as pessoas pelo seu trabalho, não pelo gênero.

•Atividades de team building são essenciais para integrar times mistos.

•E como não poderia faltar: equiparação salarial para pessoas do mesmo sexo que exerçam a mesma função

Conclusão

A inclusão das mulheres no setor da construção é algo que já está acontecendo e segue em franca ascensão. É importante ressaltar que esta entrada não inviabiliza o sucesso masculino, pelo contrário, quanto mais cabeças geniais tivermos em campo, mais a nossa indústria que ainda é uma das mais atrasadas no Brasil tem chance de crescer e se tornar mais produtiva, trazendo ainda mais desenvolvimento para o nosso país.